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quinta-feira, 24 de abril de 2014

Lindberg dá a fórmula para o cidadão ver a política como a ferramenta das transformações


O presidente da Associação dos Rolezinhos, MC Chaverinho, de 20 anos, foi recebido no Palácio do Planalto no dia 10 pela presidenta Dilma. Depois, em entrevista ao IG ele disse: “Eu não gosto de política. Eu voto nulo”, ao ser questionado sobre suas preferências partidárias. “Também não me interessa se a Dilma vai se reeleger. O que eu quero é que o presidente, seja quem for, cuide das comunidades.” (Mal sabe o Chaveirinho a diferença que faz para as comunidades a escolha do presidente).
Mc Chaveirinho (de boné) na reunião com a presidenta Dilma.
Não condenemos Chaveirinho por pensar assim, porque o presidente Lula disse que já pensou desse jeito também. Lula disse que, mesmo quando já era líder sindical, foi "anti-político". Depois descobriu que a descrença dele na política era justamente porque não tinha representantes da classe trabalhadora eleita, e daí ele viu que o instrumento para transformação era, de imediato apoiar os menos reacionários (o MDB na época) e depois criar um Partido dos Trabalhadores e disputar espaço político.

Além disso, Chaveirinho tinha 8 ou 9 anos de idade em 2002. Mal sabe o que foi um governo demotucano e o risco que corre se o Brasil voltar a ter uma política neoliberal. Passou os últimos 11 anos ouvindo na TV e no rádio, lendo que a política é uma m..., que é só sinônimo de corrupção, que não tem diferença entre partidos. Coloque-se no lugar dele, com a vivência dele, e talvez você também pensasse assim. Vitória do PIG (Partido da Imprensa Golpista) ao fazer campanha anti-política para continuar tudo como está ou, quem sabe, até conquistar uma nova ditadura nos moldes de 1964, se a maioria da população se desencantasse com a participação popular, a começar por desistir da escolha via eleições, e pedisse um "salvador da pátria" (na verdade, um ditador).

Não adianta ficarmos só batendo no PIG se não criarmos meios para o Chaveirinho e tantos outros jovens iguais a ele enxergarem que a transformação da sociedade se dá pela política com "P" maiúsculo, a das lutas populares disputando o poder, como Lula também descobriu depois de negá-la.

Pois o senador Lindberg Farias (PT-RJ) deu uma fórmula que, sabemos, muita gente já pensa assim também. Aproveitou a comemoração da aprovação do Marco Civil para propor uma repaginada no jeito de fazer política, aproveitando os recursos existentes no século XXI, coisa aliás que integrará seu programa de pré-candidato ao governo do Rio.

Assim como o PT criou o orçamento participativo desde que assumiu as primeiras prefeituras, é hora de dar mais poder de decisão aos cidadãos, aproveitando a interatividade possível da internet.

Alguns assuntos que são técnicos demais, como uma lei dos portos, até é bom a gente delegar a nossos representantes no parlamento para se aprofundarem no assunto, explicarem ao eleitor que se interessar, e resolverem isso para a gente.

Mas outros assuntos a sociedade pode e deve decidir diretamente. Coisas como a reforma política, as prioridades orçamentárias e outras questões que todo mundo quer que o Congresso aprove e fica anos "cozinhando" nos gabinetes de parlamentares. Veja o discurso do Lindberg acima falando sobre isso.

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