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segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Brasil na rota das fábricas de aviões:Fabricantes veem espaço para ampliar venda no país


Três dos principais fabricantes de aviões comerciais do mundo - Airbus, Boeing e Bombardier - continuam firmes na meta de elevar as vendas no Brasil, apesar da instabilidade econômica. A Boeing prevê que em 2017 o número de passageiros domésticos no país atinja 122 milhões, tornando-se o terceiro maior mercado global. Para o presidente da Airbus na América Latina, Rafael Alonso, o tráfego aéreo vem duplicando a cada 15 anos, independentemente das crises econômicas mundiais.

Fabricantes veem espaço para ampliar venda no país

A Boeing prevê que em 2017 o número total de passageiros domésticos no Brasil atinja 122 milhões (era de 90 milhões em 2012), o que tornará o país o terceiro maior mercado do mundo.

Para o presidente Airbus na América Latina e Caribe, Rafael Alonso, o tráfego aéreo vem duplicando a cada 15 anos independentemente das crises econômicas mundiais. As companhias aéreas, segundo ele, fazem seus planejamentos de compras pensando 20 anos à frente.


Estudo feito pela Boeing aponta que a América Latina terá uma demanda de 2950 novos jatos comerciais nos próximos 20 anos, gerando negócios no valor de US$ 340 bilhões. Desse total, 190 aviões, ou US$ 10 bilhões, serão para atender ao mercado de aviação regional da região.

De acordo com a fabricante americana, 80% dos aviões que a região requer (2360 unidades) serão de jatos de um só corredor, em que se destacam os novos modelos 737 MAX, da Boeing, o A320 NEO, da Airbus, o CSeries, da Bombardier, e os novos E-Jets E2, da Embraer.

A fabricante brasileira avalia que a América Latina precisará de 700 novos jatos na categoria de 70 a 130 lugares (onde atua) nos próximos 20 anos, o que representa 11% da demanda global. "A frota de jatos com até 130 assentos crescerá das atuais 280 unidades para 750, o que significa grandes oportunidades tanto para a atual família de E-Jets quanto para a nova", disse Paulo Cesar Silva, presidente da Embraer Aviação Comercial.

A canadense Bombardier acredita que o plano de aviação regional brasileiro será uma oportunidade importante para a empresa introduzir seus produtos no país, tanto os turboélices para cidades de menor porte, quanto os jatos para cidades com tráfego aéreo maior e onde se demanda maior eficiência de combustível.

O vice-presidente de regional de vendas da Bombardier Commercial Aircrafts na América Latina e Caribe, Alex Glock, disse que espera condições de mercado igualitárias no Brasil, tendo em vista que o mercado canadense nunca foi fechado para a Embraer, que tem lá a maior parte dos seus fornecedores, inclusive de motores.

Em novembro, a companhia canadense abriu um escritório regional de vendas e marketing em São Paulo como parte da sua estratégia de regionalização e para ficar mais próxima dos clientes baseados na América do Sul.

Glock disse que está otimista com as perspectivas de negócios na região, apesar dos inúmeros desafios que existem em função da presença já consolidada da concorrência na região. "Temos conversas avançadas com várias empresas e decisões iminentes a serem anunciadas", revelou.

Nos últimos 10 anos, apenas a Embraer vendeu 200 jatos para companhias latino-americanas. As operadoras brasileiras começaram a operar os jatos da Embraer em 2008, com a Azul e a Trip que, juntas, compraram em torno de 90 aviões.

Alonso, da Airbus, diz que o Brasil terá uma demanda de 1300 aviões nos próximos 20 anos, dos quais a grande maioria, algo em torno de 80%, será de corredor único. A fabricante europeia exibe uma posição confortável na região, com 60% de participação em toda a frota em operação na América Latina.

"Temos mais de 550 aeronaves em operação na região e uma carteira de aproximadamente 435 unidades", disse. De acordo com o executivo, com os novos aviões a serem entregues nos próximos 10 anos na América Latina, a Airbus alcançará um market share de 64% na região.

A Boeing entregou 27 aviões no Brasil entre 2013 e 2014 e um total de 59 na América Latina. A carteira de pedidos no Brasil hoje, segundo informou a diretora de comunicação, Anta Paula Ferreira, é de 82 aeronaves. Com as encomendas de clientes na região, o número total chega a 222 aviões.

Na frota de aeronaves que voam no Brasil, a Boeing afirma que tem uma participação de mercado de 50%. Historicamente, segundo Ana Paula, o Brasil representa 40% do mercado latino-americano. "

Prevista para ser entregue em 2017, a nova família de aviões Boeing de um só corredor (com capacidade entre 126 e 180 passageiros), promete poupar mais de 215 milhões de libras de combustível por ano, o que representa um número superior de US$ 112 milhões em redução de custos.

Sobre a concorrência com a Embraer no segmento de jatos de corredor único, o executivo da Airbus, Rafael Alonso, afirma que o A320 Neo, que chegará ao mercado no final deste ano também com a promessa de maior eficiência e redução de consumo de combustível (entre 15% e 20%), não vai competir diretamente com os novos E-Jets da brasileira. "A Azul optou pelo A320 Neo (adquiriu 35 unidades) porque precisava crescer o tamanho dos seus aviões, que são maiores que os da Embraer", disse.

Segundo Alonso, os aviões da Azul, configurados para ter entre 160 e 170 lugares, vão poder operar no aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro. "Faremos algumas modificações nos motores para que eles possam decolar e aterrissar em velocidades mais baixas", explicou.

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