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quarta-feira, 15 de julho de 2015

Ferrari do Collor leva crise política para o colo do Aécio e inviabiliza o golpe tucano.


A crise política, na verdade, já estava também dentro do Congresso Nacional há algum tempo, apesar da imprensa demotucana ter blindado este tempo todo e fingido que só havia crise política no Planalto. Era a propaganda que interessava ao golpe tucano.

Com a Operação Politeia da Polícia Federal fazendo busca e apreensão em endereços de senadores e deputados não tem mais jeito da imprensa demotucana esconder que a crise política atravessou a praça dos Três Poderes e se instalou na Câmara dos Deputados e no Senado.

E com todo o simbolismo da apreensão de três carros de luxo (Ferrari, Lamborghini e Porsche) na Casa da Dinda, famosa residência em Brasília do senador Fernando Collor (PTB-AL), exibido em todo o noticiário nacional.

Renan Calheiros (PMDB-AL), como presidente do Senado, teve que se desgastar, saindo em defesa do aliado de Alagoras e de outros parlamentares.

Convenhamos que uma Ferrari, uma Lamborghini e um Porsche apreendidos de um só senador é daquelas imagens que falam mais do que mil palavras no imaginário popular. A crise política está no Senado e na Câmara.

Há questionamento se a apreensão dos carros foi pirotecnia desnecessária no atual momento das investigações. Há quem diga que seja uma resposta dos Subprocuradores-gerais da República aos ataques e críticas que Collor, Renan Calheiros e Eduardo Cunha fizeram ao Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot. Essas questões só comprovam que o centro da crise política foi deslocado para o Congresso Nacional, incluindo estes conflitos com o Ministério Público.

Renan, Cunha e Collor vivem às turras com Janot, desde que o PGR abriu inquérito para investigá-los.

Este quadro de crise no Senado e na Câmara inviabiliza conspirações pelo impeachment, porque se já era difícil rolar a cabeça de uma presidenta sem rolar as cabeças de dezenas de parlamentares, agora é impossível.

Mas esse quadro de crise também não interessa ao governo Dilma, porque um Congresso acuado e paralisado prejudica o andamento do governo. E uma presidenta com compromisso com o povo, como é o caso de Dilma, só interessa fazer o governo funcionar e bem. Ficar no poder só pelo poder, sem fazer transformações sociais, não interessa nem para registro na biografia.

A saída para todos é as lideranças políticas com mais juízo no Congresso, daquelas com responsabilidade pelos destinos da nação, elevarem o nível do debate. Tratarem o combate à corrupção com mais seriedade e com menos factóides, com menos sensacionalismo e com menos perseguição aos adversários políticos, principalmente quando sabem quem é acusado injustamente. E tirarem a atividade política do noticiário policial para colocar no noticiário das realizações e transformações sociais que melhorem efetivamente a vida das pessoas.
Tucano que come pedra sabe o intestino que tem.

Os demotucanos incentivaram todo tipo de linchamento político e arbitrariedades contra petistas desde o "mensalão", mesmo tendo um enorme telhado de vidro. Conseguiram escapar da condenação no mensalão tucano até agora. Voltaram a praticar a mesma estratégia tentando direcionar a Lava Jato só para derrubar Dilma.

Alguns peemedebistas se aliaram parcialmente aos tucanos. Outros apenas fingiram que se aliaram. Blefaram para fazer chantagens políticas, ameaçando o golpe se a presidenta não ceder grandes pedaços do governo à eles com intenções duvidosas.

Diferente da CPI dos Correios, não deu para a oposição controlar totalmente a Operação Lava Jato, que correu no Ministério Público ao largo e na frente da CPI.

Incentivaram um clima de linchamento aos petistas, primeiro para se darem bem nas eleições, depois para darem o golpe. Qualquer reclamação da presidenta sobre uso político da operação, a oposição dizia que era "interferência" no Judiciário. O Ministro da Justiça, só de ouvir advogados, a oposição quis derrubá-lo. Deixou o próprio governo de mãos atadas, sem poder nem reclamar, e mal podendo opinar.

Agora o clima de caça à bruxas volta-se contra quem espalhou o veneno. Na Operação Politeia não consta nenhum petista.

Aécio Neves convocou uma reunião de emergência da Executiva Nacional do PSDB logo depois de saber que o deputado Eduardo da Fonte (PP-PE) foi alvo de busca e apreensão. Segundo o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, Eduardo da Fonte estava junto com o ex-senador Sérgio Guerra (PSDB) na reunião em que o tucano pediu R$ 10 milhões de propina para enterrar a CPI da Petrobras de 2009. Guerra foi o antecessor de Aécio na presidência do PSDB.

Hoje foi Collor. Amanhã pode ser a estranha frota de carros de luxo da Rádio Arco-Irís a despertar a curiosidade do Ministério Público.

É como diz o ditado: Passarinho que come pedra sabe o intestino que tem.

4 Comentários:

Guteri disse...

UM POUCO DE HISTORIA PARA AS GERAIS
Carlos Lacerda, membro da União Democrática Nacional (UDN), deputado federal e governador da Guanabara, ganhou a alcunha de “Demolidor de Presidentes” por causa do seu forte oposicionismo. Lacerda participou de uma tentativa de impedir a posse de Juscelino Kubitschek em 1955, quando se uniu aos militares e à direita udenista. Em 1961, discursou pela televisão atacando o então Presidente Jânio Quadros que renunciou. A fama de “demolidor de presidentes” voltou com força, ainda mais pela movimentação subsequente para impedir a posse do vice João Goulart, o herdeiro do getulismo.Carlos Lacerda foi cassado pelo Regime Militar. Este capítulo da história política nacional aponta muitos traços semelhantes entre a trajetória de Carlos Lacerda e o "lacerdinha" Aécio Neves. O Menino do Leblon parece não ter se dado conta de que quem conspira, desconfiança inspira e o mais das vezes é pego nas roldanas do golpe que arquitetou.

leonardo-pe disse...

nossa sociedade tambem é culpada por isso. quando não se interessa por política e só se interessa por baladas e novelas!

Unknown disse...

Não gosto de Fernando Collor, por mil motivos, mas reconheço duas coisas: Tem coragem de dizer o que pensa, inclusive sobre e para a turma da sua própria classe social; e tem dinheiro de sobra para comprar três ou mais carros importados.

iria barradas disse...

Certamente o Moro e seus aliados não acreditavam que poderiam ir tão longe, agora começa o período das trapalhadas que farão o processo todo, legal e judicialmente, insustentável. Já mostraram até grampos ilegais para que alguém os parasse, não deu certo, até porque o Cardozo está imobilizado, congelado, sei lá. Como as 'harpias' opositoras estão atoladas nesse lodaçal e não tem interesse em serem capturadas, estão avançando via CGU porque aí só pegam a Dilma. Mas tem o filho do juiz da CGU com 13 milhões em imóveis, etc. e tal, acho que também vai dar em nada. Ficarão as notícias para macular as biografias, só as do PT que é o único partido acusado e nomeado continuamente.

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