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quarta-feira, 14 de março de 2012

Mantega dá um passeio na oposição

Em audiência de quatro horas na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado, o ministro da fazenda Guido Mantega deu um passeio na oposição. Não fugiu das perguntas e respondeu de forma detalhada e convincente.

O líder tucano Álvaro Dias (PSDB/PR) e o bufão Mário Couto (PSDB/PA), tendo Randolfe Rodrigues (PSOL/AP) como coadjuvante, bem que tentaram seguir a pauta do PIG (Partido da Imprensa Golpista) de derrubar ministros, buscando constranger Mantega com denúncias na Casa da Moeda. O ministro foi firme ao dizer:

"Não houve nenhuma denúncia formal, denúncia concreta que não fosse investigada pelo Ministério da Fazenda. Desafio alguém a me mostrar uma denúncia formal que não foi investigada".

Sobre o noticiário que superestima disputas no Banco do Brasil e Previ, o ministro calou a oposição, ao lembrar que foi-se o tempo em que o Banco dava prejuízos bilionários cobertos pelo governo (em alusão ao governo FHC):

""Vejo uma tempestade em copo d'água. Temos duas instituições sólidas, a equipe que esta lá é considerada muito eficiente...

... Apareceram fofocas, parecia que tinha disputa de cargos e chamei todo mundo (para conversar). Isso causou uma certa perturbação e decidi enquadrá-los todos...

... Não vamos esquecer que no passado (o BB) deu prejuízos bilionários que o governo teve de cobrir, hoje é diferente. Isso mudou..." - afirmou o ministro, após citar como a boa performance do BB, com o lucro do BB de 12,1 bilhões de reais no ano passado e o fato de a Previ não cobrar contribuição de seus associados.

O resto da sessão foi uma aula de economia que tranquiliza a nação sobre os bons rumos da economia brasileira, apesar das intempéries internacionais que quebrava o Brasil na era demotucana.

Brasil bem preparado para outro ano de desafios, diante da crise

O ministro manifestou otimismo em relação ao crescimento da economia brasileira em 2012, em torno de 4,5%. Para ele o Brasil continua sendo um dos poucos países com o privilégio de crescer gerando empregos e elevando a massa salarial.

"Nós temos as condições para que a economia continue crescendo. O Brasil é hoje um país sólido, do ponto de vista dos fundamentos fiscais e monetários. É um país que tem crédito, o mercado avança. Tem desafios como aumentar a infraestrutura, aumentar a produtividade e competitividade, e reduzir custos. Mas está havendo muito investimento que vai ter resultados positivos...
...Foi complicado em 2011. Tivemos que enfrentar a inflação e a crise. Mas o crescimento da economia [2,7% em 2011] foi satisfatório e se deu com a elevação do nível do emprego. Nesse quesito, a população está sendo bem atendida”.

O ministro defendeu a política fiscal do governo com o controle dos gastos públicos e a manutenção da meta fiscal acima de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) como forma de enfrentar a crise. Mantega assegurou ainda o compromisso do governo em controlar a inflação e de manter a taxa básica de juros, a Selic, em apenas um dígito. “O Brasil caminha para ter taxa de juros em patamares que poderemos dizer, assim, normais, de um dígito”, disse.

Guerra cambial

Para o Mantega, a principal medida de defesa do Brasil é administração do câmbio, dizendo que "não podemos fazer papel de bobos", frente à desvalorização cambial forçada por outros países. Sem medidas, como elevação do IOF, o dólar já estaria em R$ 1,40 e indústria quebrada, sem conseguir exportar nada e sofrendo com preços predatórios dos importados.

Blairo Maggi (PR-MT) questionou como ficarão os exportadores depois da ampliação da cobrança de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 6%, nas negociações externas para liquidação em até cinco anos, por entender que haverá prejuízos para o setor. Mantega admitiu a possibilidade de efeito colateral, mas disse que o Ministério da Fazenda vai contornar a questão.

Guerra fiscal


Mantega defendeu o fim da guerra fiscal entre os estados, pois, no conjunto da obra, todos os estados saem perdendo. Manifestou apoio à Resolução 62, de autoria do senador Romero Jucá (PMDB-RR), que equaliza a cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em todo o território nacional. Por fim, disse buscar o entendimento com o Congresso e governadores para resolver a questão.

Redução de encargos sobre empregos

Outro tema debatido na audiência foi a desoneração da folha de pagamento, que, de acordo com Mantega, é fundamental para aumentar a competitividade das empresas. O ministro informou que receberá, nesta semana, representantes de cinco setores da indústria para definir como reduzir o custo patronal na contratação de funcionários. “Vamos mexer na alíquota [do Instituto Nacional da Seguridade Social] e, em breve, faremos o anúncio, provavelmente abarcando mais setores”.

Poupança

O ministro afirmou que o governo não tem planos de alterar a remuneração da poupança neste momento:

"Não temos nada a declarar em relação à poupança. Por enquanto, com as taxas de juros que estão sendo praticadas, ela continua se viabilizando e viabilizando outras aplicações", completou.

(Com informações do JB, Agência Brasil, Agência Senado, Reuters)

2 Comentários:

Ana Cruzzeli disse...

Li em algum lugar que o ministro foi blindado. Aí eu fiquei com uma duvida, desde quando a oposição blinda alguém?

Enfim se o ministro passeou nesse inquérito é porque não deixou nenhuma pergunta sem resposta, não fugiu de temas dito inquietantes.

Depois dessa não adianta mais atacar o ministério da fazendo e muito menos o BC.

Anônimo disse...

Azuir Disse:

Em meio a Crise Internacional, Brasil Navegando sobranceiro.

Quem é do mar não enjôa e, o velho marinheiro leva o barco devagar.

Abração Amigo para todos.

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